Introdução à Computação

Histórico dos computadores, processadores e memórias

  • Instituto Federal de Brasília
  • Tecnologia em Sistemas para Internet - Noturno
  • Projeto para Disciplina de Introdução à Computação
  • Autores: Cleuber Inácio, Dayane Ferreira e Izadora Netz

Histórico e evolução dos computadores

Até os anos 1950

A tecnologia como conhecemos hoje é fruto de diversas descobertas e diferentes contribuições de pesquisadores - possibilitadas pelo contexto histórico.

Para abordarmos a história da computação, precisamos antes definir o que pode ser entendido por computação. Assim como a Wikipedia, adotaremos a definição mais geral, emprestada da Encyclopaedia Britannica Online: “A computação pode ser definida como a busca de solução para um problema a partir de entradas (inputs), de forma a obter resultados (outputs) depois de processada a informação através de um algoritmo.”

A partir de tal definição, é possível identificar o ábaco como um dos mais antigos instrumentos de computação da humanidade, sendo o seu uso data de 5500 a.e.C., pelos mesopotâmicos.

É na década de 40 que os computadores mecânicos rudimentares são substituídos por computadores de uso geral e um dos marcos históricos é a fundação da HP. O contexto é o da Segunda Guerra Mundial, quando os governos e exércitos investiram em tecnologia de guerra.

Em termos de computação eletrônica, data de fevereiro de 1946 o lançamento do ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Computer), o primeiro computador digital eletrônico programável da história. Trata-se de uma parceria entre a Universidade da Pensilvânia e o Exército Estadunidense. O ENIAC era usado para fazer cálculos matemáticos de tabelas de artilharia e processava menos do que as calculadoras de mão que conhecemos hoje. Contudo, era mais ágil do que os computadores, nome que, à época, era dado aos profissionais dedicados aos cálculos matemáticos, a quem o ENIAC substituiria.

A máquina possuía grande porte, com mais de 30 toneladas, ocupava um espaço de mais de 180 metros quadrados, necessitando ser disposta em U para ser usada pelos seus vários operadores.

Como se tratava do primeiro passo da computação tal qual entendemos hoje, os desafios eram de toda ordem: desde a fragilidade de válvulas, que queimavam-se em intervalo de minutos, havendo necessidade de troca constante, até o grande consumo de energia, que chegava a 200 kilowatts. Os computadores dessa geração não armazenavam dados. Dez anos depois, em outubro de 1955, o ENIAC é desativado, por sua obsolescência e inviabilidade de manutenção.

Cabe salientar que o ENIAC não foi a única invenção: ainda houve o Harvard Mark I, em 1944, usado pelos nazistas e o SSEC, da IBM, de 1948, famoso por ter sido usado para calcular a distância entre a terra e a lua para a missão Apolo11 em 1969.

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Anos 50

A década de 50 é marcada pelo que foi convencionado chamar de segunda geração de computadores, em que as válvulas eletrônicas foram substituídas pelos transistores, que eram mais duráveis, confiáveis e menores. Os circuitos também diminuíram de tamanho com o desenvolvimento da tecnologia de circuitos impressos. Como consequência, os computadores da segunda geração eram menores.

Válvula e Transistor
Comparação entre Válvula e Transistor

É neste contexto que o UNIVAC 1101 é construído. Trata-se do primeiro computador com memória interna - equivalente a 48 bits. O uso dos computadores dessa geração deixou de ser restrito a estratégias de guerra, passando a ter apelo comercial. Os computadores, na década de 50, ainda eram vistos como ferramentas para a resolução de problemas matemáticos complexos. O UNIVAC foi o pioneiro a atrair a atenção de um público amplo, sendo a primeira unidade entregue em 1951, ao Departamento do Censo dos Estados Unidos, como ferramenta para monitorar o crescimento demográfico daquela década. No mês seguinte outras 46 unidades foram vendidas, inclusive uma para a empresa General Eletrics, usada para gerir o pagamento de salários e o controle de inventário dos armazéns.

Painel de Controle da UNIVAC
Painel de Controle da UNIVAC

A estrutura de circuitos impressos solucionou o problema de diversos fios e cabos elétricos espalhados. O circuito integrado foi o que possibilitou o desenvolvimento de microprocessadores, que passaram a se tornar populares na década de oitenta. Contudo, o computador continuava sendo um objeto caro e restrito a atividades matemáticas - e estava longe de ser compacto como os computadores que conhecemos hoje.

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Anos 60

Já na década de 60, mais precisamente em 1961, foi lançado o IBM 7030, também conhecido por Strech. Desenvolvido pela IBM, foi o primeiro supercomputador consideravelmente mais compacto, visto que podia ser acomodado em uma sala comum. Usado por grandes empresas, tinha um processamento de até um milhão de operações por segundo - estabelecendo um novo padrão de velocidade - porém ultrapassado pelo CDC 6600, da Control Data Corporation, lançado em 1964, que realizava mais de 3 milhões de instruções por segundo. Manteve-se o computador mais veloz do mundo até o lançamento do seu sucessor, o CDC 7600, em 1969.

Mais confiáveis do que os computadores da primeira geração, os computadores da segunda geração foram suporte para o desenvolvimento de linguagens como Fortran, Cobol e Algol, o que facilitou a construção de softwares.

Os anos 60 também foi palco da comercialização dos minicomputadores, definidos pelo The New York Times como uma máquina cujo custo seja inferior a 25.000 dólares (165.000 dólares em 2019), com um dispositivo de entrada e de saica como um teletipo e pelo menos quatro mil palavras de memória, que fosse capaz de executar programas em linguagem de alto nível, como Fortran ou Basic. Um computador deste período que teve grande aceitação foi o PDP-8 de 12 bits da DEC, de 1965, com mais de 50.000 unidades vendidas.

Tomando o CDC como o supercomputador mais bem sucedido da época, pode-se afirmar que o objetivo era o de aplicações científicas e a viabilização de programas de tempo compartilhado. Sendo usado por universidades, empresas (para cuidar de contas, por exemplo), bancos (registros financeiros), cálculos para lançamentos de foguetes, entre outros. Mas a maior parte da população desconhecia os computadores. Algumas das características que pavimentaram os avanços do gênero foram: funções computacionais que operam de modo concorrente gerenciadas por uma unidade de controle; existência de uma memória principal e de memórias periféricas em cada processador; processadores periféricos com memória interna para atender as requisições de entrada e saída; multiprogramação.

Outro avanço de grande relevância para a época foi o dataphone, produzido pela empresa AT&T em 1960. O aparelho era responsável por converter sinal digital (bits) em sinal analógico (tons audíveis) e vice-versa, possibilitando a transmissão pela rede telefônica.

Os computadores dessa geração ainda eram caros e pouco acessíveis. O contexto da guerra fria fez tanto a União Soviética quanto os Estados Unidos se empenharem na corrida tecnológica e foi nesse contexto que os EUA investiram em estudos para a possibilitar que os computadores pudessem trabalhar em rede. A primeira troca de informações entre computadores (com mais de 600 km de distância entre si) se deu em 1969, entre os computadores do Instituto de Pesquisa de Stanford e a Universidade de Utah.

Control Data 6600
Control Data 6600

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Anos 70

A década de 1970 foi marcada pelo os microcomputadores, graças aos avanços dos microprocessadores. Os microcomputadores eram computadores pequenos, mais baratos e produzidos mais para uso doméstico. Diferentemente dos microcomputadores, os mainframes eram computadores de grande porte capazes de processar um volume enorme de informações, podiam ocupar uma sala inteira, custava mais do que um microcomputador e eram construídos um de cada vez por empresas como IBM e CDC. Os mainframes surgiram com a necessidade das empresas em executar tarefas, que levavam dias para serem concluídas. Com a necessidade de melhorar o desempenho foi preciso desenvolver processadores melhores.

Na década de 70 houve uma grande transformação nos processadores (CPU). Os processadores antes da década de 70 ainda não eram compostos por uma unidade central, mas por módulos interconectados entre si. Foi só no início da década de 70 que surgiram os processadores desenvolvidos totalmente em circuitos integrados e em um único chip de silício. O primeiro microprocessador comercializado foi o Intel 4004, com 4 bits, lançado em 1971. O modelo 4004 tinha o mesmo poder de processamento que o primeiro computador eletrônico de 1946, e foi desenvolvido para o uso em calculadoras, essa CPU operava com o clock máximo de 740 KHz e podia calcular até 92 mil instruções por segundo, ou seja, cada instrução gastava cerca de 11 microssegundos. A Intel foi uma das que mais se destacou no desenvolvimento dos microprocessadores na década de 1970.

Microprocessador Intel 4004
Microprocessador Intel 4004

Com o desenvolvimento do primeiro microprocessador 4004 da Intel, vários outros foram surgindo. A Intel, em 1972, lançou o processador 8008, com 8 bits, com barramento externo de 14 bits, capaz de endereçar 16 KB de memória, com o clock de 0,8 MHz. Em 1974, foi lançado o Intel 8080, de 8 bits, com o clock limite de 2 MHz, e realizava centenas de milhares de operações por segundo e possuía 64 KB de memória. Em 1978 lançou o Intel 8086 de 16 bits, na qual a velocidade do clock alcançava 5 MHz.

Microprocessador Intel 8086
Microprocessador Intel 8086

Em 1977, a Apple apresentou seu modelo Apple II. O Apple II era idêntico ao Apple I, exceto que possuía mais RAM, gráficos coloridos, recursos de som, slots de expansão adicionais e estava contido em uma caixa de plástico com um teclado integrado. Possuía um microprocessador MOS Technology 6502, com 8 bits, e 4 KB de memória RAM.

Vídeo do Computador Apple II

Outro computador pessoal popular foi o TRS-80, lançado em 1977, produzido pela a empresa Tandy Corporation, e possuía o microprocessador Zilog Z80, com 8 bits. Ele era mais acessível, por ser mais barato, assim, muitas pessoas comuns compraram para jogar Pac-Man, Centipede, Galaxian, e outros videogames populares da época. O TRS-80 também incluía aplicativos de escritório, incluindo um processador de texto, calculadora e recursos de planilhas iniciais. O TRS-80 da Tandy Corporation tinha um teclado e uma placa-mãe tudo-em-um. Isso se tornou uma tendência comum que outras empresas usariam para seus produtos de computador pessoal. Também era um 1,77 MHz, que era quase inédito para computadores pessoais na época em que foi comercializado. Fitas cassete normais foram usadas para armazenar dados e o monitor era uma tela branca sobre preto que mostrava principalmente apenas letras maiúsculas. Por um preço extra, os proprietários do TRS-80 podem atualizar ou obter uma unidade de disquete separada que fornece ainda mais armazenamento.

TRS-80 Model I
TRS-80 Model I

As pessoas no final dos anos 70 abraçaram o computador pessoal e o usaram por vários motivos, incluindo jogos, aplicativos de escritório, organização de finanças domésticas, armazenamento de dados e outros recursos.

Na década de 70 houve muitas inovações como a criação dos microprocessadores, como por exemplos, os microprocessadores da Intel 4004, 8008 e 8080, respectivamente em 1971, 1971 e 1974; ‘O caixa de supermercado da IBM (usava prismas de vidro, lentes e um laser para ler os preços dos produtos) em 1973’; ‘o IBM 3614 Consumer Transaction Facility (os clientes bancários começaram a fazer saques, transferências e outras consultas de contas) em 1973’; ‘O Altair 8800 (o segundo computador pessoal) em 1974’; ‘O Altair BASIC (interpretador para a linguagem de programação BASIC) em 1975’; ‘Apple I (computador de placa única) em 1976’; ‘O Z80 (chip lançado por Zilog) em 1976’; ‘o Apple II em 1977’; ‘OTandy TRS-80 em 1977’; ‘O Commodore PET em 1978’; ‘O Arcade Videogame 'Space Invaders' em 1979’ e em 1979 a IBM inicia o trabalho de desenvolvimento em computador pessoal.

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Anos 80

Com o desenvolvimento dos computadores na década de 1970, os computadores se tornaram mais comercializados na década de 1980, pois se tornaram mais atraentes e fáceis de usar à medida que mais e mais pessoas os compravam.

Em 1981 a IBM lançou o IBM PC (IBM 5150) que possuía um processador Intel 8088 rodando a 4,77 MHz, associado a 16 KB de RAM. A versão básica era inclusa com um adaptador gráfico preto e branco e o teclado com 83 teclas. O usuário podia "turbinar" o IBM PC com unidades de disquete, pentes de até 256 KB de RAM e adaptador gráfico colorido. Também eram vendidos à parte o sistema operacional MS-DOS(Microsoft DOS), pacotes de aplicativos e o monitor com 16 cores, além de outros acessórios.

IBM PC 5051
IBM PC 5051

Em 1982, o computador pessoal Commodore 64, da empresa Commodore, conquistou o país por causa de seu custo benefício, com preços baixos e com novas capacidades, como por exemplo a memória RAM que possuía a capacidade de 64 Kb. Essa quantidade de RAM superou em muito qualquer um dos modelos anteriores e foi um dos principais pontos de venda que fizeram deste sistema de computador pessoal um dos modelos mais vendidos dessa década. utilizava o sistema operacional Commodore BASIC V2 e o microprocessador era o MOS Technology 6510 de 8 bits, na qual a velocidade do clock poderia alcançar até a 1,023 MHz. Esse modelo ainda usava fitas cassete como mídia para armazenamento de dados com uma unidade de disquete opcional.

Commodore 64
Commodore 64

Na década de 1980 a Apple também lançou um computador pessoal, o Apple Macintosh 128K, por meio de um comercial durante o Super Bowl de 1984. O Apple Macintosh rapidamente se tornou popular com seus 128 Kb de RAM e seu drive de disquete de 3,5” já instalado. Com o processador da Motorola 68000 de 16 bits/32 bits, que podia alcançar o clock de até 16,67 MHz. Os usuários podiam usar programas MacIntosh exclusivos, incluindo MacWrite (para processamento de texto), Aldus PageMaker (para editoração eletrônica) e o programa MacPaint(ideal para edição de imagens). O programa MacPaint também mostrou aos usuários o uso de ícones e do mouse. Além desses recursos, a impressora a laser da Apple rapidamente se tornou a impressora preferida de vários usuários.

Vídeo do Computador Apple Macintosh

Já no ano de 1985 a Commodore lançou o Commodore Amiga, um modelo que custava mais caro, pois os jogos jogados no Commodore Amiga tinham uma exibição incrível de gráficos e som que ninguém tinha visto antes deste modelo ser introduzido. Algumas unidades ainda vinham com 264 kilobytes de RAM, o que era o quádruplo do que o Commodore 64 era capaz. Com um processador da Motorola 68000 de 16 bits/32 bits, que podia alcançar o clock de até 16,67 MHz. Além disso, também era capaz de exibir mais de 4.000 cores em alta resolução, bem superior a maioria dos computadores dessa época, que exibiam apenas 16 cores. Este também era um modelo popular porque poderia ser usado para produção de vídeo para desktop e criação de efeitos especiais para vídeos em casa. Porém no ano de 1987 a Commodore lançou o Commodore Amiga 500, uma versão de baixo custo, para usuários menos exigentes.

Commodore Amiga
Commodore Amiga 500

A década de 1980 viu algumas das mudanças mais dramáticas nos computadores pessoais e consoles de jogos devido ao aumento do uso de microprocessadores e circuitos integrados para reduzir o preço e o desempenho, devido a tantos lançamentos e avanços. Pela primeira vez, em 1985, apareceu uma versão do Windows, o Windows 1.0. E em 1987, o Windows 2.0, na qual foi incluso as janelas com ‘maximizar’ e ‘minimizar’, e muitos comandos ganharam atalhos de teclado.

Windows 1.0
Windows 1.0

A década de 1980 foi a ponte ideal entre o início da revolução do computador pessoal na década de 1970 e o florescimento dos computadores durante a década de 1990, fazendo com que a década de 1990 fosse chamada de “A Era dos Computadores Pessoais”.

Outro destaque da década de 1980 foi o aparecimento dos primeiros laptops. Embora o IBM 5100 de 1976 seja o primeiro computador portátil, a semente do laptop moderno pode ser encontrada no Grid Compass de 1982: um “portátil” de 5 quilos e tela de resolução em 320 x 240 pixels, na qual foi usado em missões militares e para viagens espaciais da Nasa. Outros exemplares da primeira fase dos notebooks são o Compaq Portable (1983), IBM PC Convertible (1986) e o Macintosh Portable da Apple, que foi lançado em 1989 chamava atenção pela modernidade e por ser bem mais caro.

Grid Compass
Grid Compass

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Anos 90

Na década de 1990 havia muito mais empresas atuando na fabricação de computadores do que atualmente. Portanto, poucas empresas que atuaram nos anos 90 ainda existem hoje, as empresas mais famosas que sobreviveram foram Acer, Apple, Sony, Samsung, Dell, HP, Toshiba e IBM.

Foi a partir da década de 1990 que o computador pessoal começou a ter a forma mais parecida com os computadores que temos hoje, ou seja, gabinete, monitor (tubo), teclado e mouse (de bolinha).

Em 22 de maio de 1990, a Microsoft lançou o Windows 3.0. A nova versão do sistema operacional da Microsoft ostentava novos recursos, como interface gráfica de usuário simplificada . A Microsoft seguiu com o Windows 3.1 em 1992, que consistia principalmente em correções de bugs e melhorias de desempenho. Em 1993, lançou o Windows NT. Em 1995 lançou o Windows 95, na qual havia inúmeras funções e recursos que foram apresentados em versões posteriores do Windows, como a barra de tarefas, a área de notificação e o botão "Iniciar". Em 1996 lançou o Windows NT 4.0. Em 1998 lançou o Windows 98, na qual possuía integração com a Internet Explorer, o Windows Update (ferramenta na qual o usuário podia realizar atualizações de segurança e de drivers, notificando quando o sistema detectava um novo pacote disponível.

Windows 90s

Em 1993 foi lançado o primeiro microprocessador Pentium, pela Intel, na qual podia alcançar uma frequência de até 200 MHz. Em 1995, a Intel lançou o Pentium Pro. Em 1997 lançou o Pentium II e o Pentium II Xeon, que atingia uma frequência máxima de até 450 MHz. Em 1998, o primeiro Celeron. Em 1999, o Pentium III, que atingia uma frequência de até 1400 MHz.

Na década de 1990, começou uma grande disputa entre a Intel e a AMD (Advanced Micro Devices). O primeiro processador lançado pela a AMD foi o processador K5, em 1995, que foi lançado para concorrer com o primeiro Intel Pentium. E em 1999 lançou o Athlon (K7), que competia com o Pentium III, esse processador podia atingir uma frequência superior a 1 GHz. Por um longo período a AMD comandou o topo com os melhores processadores, até que em 2001 a Intel lançou o Pentium 4 que podia atingir uma frequência de até 2 GHz.

Intel Pentium III vs AMD Athlon K7
Intel Pentium III e AMD Athlon K7

Em 1994 a Apple lançou o primeiro Power Macintosh (Power Mac), voltados para editoração eletrônica (DTP) e designers gráficos. Esses computadores usavam os novos processadores PowerPC da Motorola/IBM (Em 1991, uma aliança da Motorola, Apple e IBM criou um microprocessador chamado de PowerPC) de 32 bits, que podiam alcançar uma frequência de até 1,24 GHz. Esse computador era o mais procurado por profissionais que mexiam com fotografia, arquitetura, gráficos, imprensa e publicação. No final da década de 1990 a Apple lançou o Power Macintosh G3 (B&W G3), que possuía o processador PowerPC G3, de 32 bits, que podia alcançar uma frequência de até 450 MHz.

Computador Power Macintosh
Power Macintosh

Em 1996 a Sony anunciou seus primeiros computadores da série PCV VAIO, o PCV-70 e o PCV-90, na feira PC Expo em Nova York. O PCV-70 incluía um processador Intel Pentium de 166 MHz, 32 MB de RAM, um disco rígido de 2,5 GB e o sistema operacional Windows 95. Já o PCV-90 incluía um processador Intel Pentium de 200 MHz, 32 MB de RAM, um disco rígido de 2,5 GB e o sistema operacional Windows 95. O último computador dessa série foi o PCV-230, que possuía um processador Intel Pentium II MMX, 64 MB de RAM, um disco rígido de 6,4 GB e o sistema operacional Windows 98.

Na década de 1990 a Commodore também lançou alguns computadores, como o Commodore Amiga 3000 (A3000), em 1990, na qual possuía o processador Motorola 68030 de 32 bits que podia alcançar uma frequência de até 50 MHz. Em 1994, a Commodore lançou novo modelo dedicado ao uso profissional, o Commodore Amiga 4000 (A4000), que era equipado com a linha de processadores Motorola 68030/68040.

Computador Commodore Amiga 4000 (A4000)
Commodore Amiga 4000 (A4000)

Os laptops também foram de grande sucesso na década de 1990, apesar de caros, como por exemplo a série PowerBook 100 da Apple em 1991; a série ThinkPad da IBM em 1992, por exemplo, o ThinkPad 700C, que era o modelo premium dessa nova linha pesava 3,5 KG, a tela era 10,4 polegadas com painel TFT, HD removível de 120 MB, e três opções de RAM: 4 MB, 8 MB e 16 MB; A série Sony Vaio 505 em 1997 e o Picturebook em 1998.

Sony VAIO PCG-505
Sony VAIO PCG-505

Veja um vídeo de uma propaganda da IBM sobre o laptop ThinkPad:

Propaganda da IBM sobre o laptop ThinkPad

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Anos 2000

Os anos 2000 são marcados pela consolidação e constante evolução dos computadores pessoais bem como a introdução de maiores funcionalidades aos celulares, marcada pelo lançamento de dispositivos móveis como o J-Phone J-SH04 (primeiro celular com câmera) e do primeiro iPhone, em 2007.

Computador com Windows 2000

No início dessa década, máquinas disponíveis no mercado nesta época possuíam, em sua maioria, arquitetura baseada nos Pentium II, III e Celerons, processadores como AMD K6 e K6-2. Já na segunda metade da década de 2000, a evolução na computação alcançou ganhos significativos com a evolução dos processadores multi-core. Nesse sentido destaca-se o lançamento do Pentium D. Os processadores de múltiplos núcleos, por sua vez, possibilitaram o alcance da computação a níveis em que antes apenas possíveis através do uso de grandes computadores.Ainda assim, nesta época, um computador top de linha possuía cerca de modestos 512 MB de RAM e 80 GB de HD.

No Brasil, o período também é lembrado com grande saudosismo pela pequena, ainda que significativa, parcela da população que acompanhou o início da popularização dos computadores pessoais em nosso país. Desde a estética das capas protetoras dos monitores de tubo, passando pelo som característico da conexão de 56 kbps da internet discada, até o famigerado “mouse de bolinha”: tudo é uma boa desculpa para evocar uma lembrança saudosista e bem humorada do período.

Por fim, outro destaque desta década no Brasil foi O Computador do Milhão, uma iniciativa conjunta do SBT e da Microsoft para promover a inclusão digital nas classes média e baixa em 2001. O nome, por sua vez, fazia referência ao famoso programa da época "Show do Milhão", apresentado pelo dono da emissora, Silvio Santos. O investimento nessa empreitada foi de R$ 88 milhões, na tentativa de tornar o preço das máquinas mais acessível. Ainda assim, o preço do Computador do Milhão era de R$ 1928, podendo ser financiado em até 36x R$ 88. A ficha técnica contava com uma modesta configuração:

  • Processador Intel Celeron de 700Mhz
  • 64 MB de memória RAM
  • 64 MB de memória RAM

Após o sucesso de vendas, alcançando o impressionante número de 16.700 computadores vendidos nos primeiros 45 dias, a empresa Metron se tornou a montadora exclusiva do computador e promoveu melhorias nas configurações oferecidas. Melhorias essas, que, por outro lado, elevaram o preço para R$ 2199 por computador.

  • Processador Intel Celeron de 1 GHz
  • 128 MB de memória RAM
  • 20 GB de HD

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Anos 2010

A década de 2010 é marcada pela franca expansão dos dispositivos móveis que, inclusive, já começam a figurar como uma alternativa aos tradicionais PCs, até mesmo em termos de desempenho. Esta década também viu o lançamento de dispositivos icônicos e ainda hoje populares como o iPad, em 2010, e o micro computador Raspberry Pi Computer, em fevereiro de 2012, mostrando que a era dos pequenos dispositivos chegou para ficar.

Computador com Windows 2000
Raspberry Pi (2012)

Pesquisando artigos publicados à época de 2010, vemos que as configurações consideradas ideais para um PC seguiam as seguintes recomendações:

  • Processador
    No mínimo com dois núcleos. São destacados os de chips controladores com quatro núcleos, como os Intel Core i5 e i7 Quad Core e AMD Phenon X4 Memória RAM Para o usuário doméstico ainda 2GB DDR2 ainda eram considerados suficientes para um bom desempenho. Contudo, a recomendação para usuários profissionais já indicava o mínimo entre 3 a 4 GB de RAM.
  • Placa de vídeo
    As mais indicadas eram ATI - Radeon HD 5000 Series (com 850 MHz e 1 GB) e nVidia - GeForce 300 Series.
  • HD
    Para usuários domésticos, considerava-se 1 disco de 320 GB suficiente. Contudo, para profissionais como designers e afins, a recomendação era de no mínimo dois HDs de 300 ou 500 GBs e, para profissionais de edição de vídeo, pelo menos dois discos de 1 TB cada.

Relacionado à conectividade, tecnologias com IoT (Internet das coisas) e outros smart gadgets, como relógios, TVs, entre outros, também contribuíram para a expansão do conceito de computador pessoal e popularização do acesso à internet. Em 2010, por exemplo, o Brasil viu um aumento de 23,5% na venda de computadores com relação ao ano anterior, resultando na quarta posição no ranking mundial, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão. De acordo com a Pesquisa TIC Domicílios, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), entre os anos de 2009 e 2010, a proporção de domicílios brasileiros com computador pessoal teve crescimento de 9%, passando de 32% para 35%.

Com a ubiquidade dos dispositivos conectados, questões como privacidade e segurança também viraram importante pauta. O vazamento de informações confidenciais sobre programas de vigilância da NSA (A Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos), feito por Edward Snowden em 2013, é um dos casos mais emblemáticos dessa década. Snowden revelou ao público detalhes de vários programas que compunham o sistema de vigilância global da agência norte-americana.

Os anos de 2010 também foram palco para a expansão da inteligência artificial, que embora estivesse no plano teórico há anos, com eventuais projetos bem sucedidos como o Deep Blue (1996), finalmente encontrou as condições técnicas e capacidade computacional suficientes para o seu desenvolvimento pleno. Um momento significativo foi a vitória do IBM Watson no programa Jeopardy!, famoso programa norte-americano de perguntas e respostas, em 2010.

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Mundo atual e perspectivas futuras

Em um contexto de constantes mudanças, com as revoluções tecnológicas sem precedentes dos últimos anos, não é tarefa fácil prever o que vem por aí. Contudo, neste início da década de 2020, destacam-se algumas tendências:

Computação em nuvem
A computação em nuvem cresceu muito e firmou seu espaço na década de 2010, com as três gigantes AWS, Google e Microsoft liderando nesse segmento, mas como serão os próximos dez anos e além? Alguns especialistas preveem que as grandes corporações completarão sua migração para a nuvem pública, após, é claro, serem tratados os principais problemas de segurança que essa tecnologia traz. Outro ponto é a necessidade de maior flexibilidade e rapidez nos serviços de nuvem, por isso, a edge computing, ou computação de borda, tem ganho cada vez mais espaço. Nesse tipo de tecnologia, o processamento acontece no local físico mais próximo do usuário ou da fonte de dados (Ref.).

Computação quântica
A ideia foi primeiramente apresentada já na década de 80, sem, contudo, existir hardware capaz de suportar tal sistema. Hoje, cientistas da computação e físicos ainda esperam que a imprecisão das partículas subatômicas possa ser utilizada para problemas que ainda não tem solução. Os computadores quânticos solucionariam o problema da limitação do cálculo binário das máquinas atuais. Ao utilizar partículas subatômicas, os computadores quânticos terão a habilidade de representar diferentes estados ao mesmo tempo.

Realidade Virtual e Metaverso
O metaverso é descrito, por autores como Matthew Ball, como uma "estensa rede de comunicação de mundos e simulações 3D renderizados em tempo real e que pode ser experienciados sincronamente por um número ilimitado de usuários, cada um com um senso individual de presença". Grandes Big Techs como Apple, Google, Meta (antigo Facebook inc.), Microsoft e Valve têm investido no desenvolvido das tecnologias que impactarão no futuro do Metaverso. Destacam-se tecnologias com Realidade Virtual (Virtual Reality - VR), Realidade Aumentada (Augmented Reality - AR) e Interfaces cérebro-computador (Brain-Computer Interfaces - BCI).

Inteligência artificial
O desenvolvimento das tecnologias de Inteligência Artifical continua intenso e destacam-se desde soluções de processamento de linguagem natural (natural languagem processing - nlp) até os controversos sistemas de vigilância massificada e a polêmica utilização de reconhecimento facial. Tudo indica que a Inteligência Artificial continuará desempenhando um importante papel nos desenvolvimentos tecnológicos desta década e dos anos futuros, contudo, alguns problemas cruciais precisarão ser mais efetivamente enfretados como os algoritmos enviesados, questões relacionadas a privacidade e ética, entre outros (Ref.).

A pandemia de COVID-19 e o consequente isolamento social, que ocasionou regimes de trabalho remoto em diversas empresas pelo mundo, também foi responsável pela disparada na venda de computadores no início da década de 2020.

Mesmo com a perspectiva inicial de home office, parece que os consumidores ainda deram preferência a dispositivos portáteis, com os notebooks tendo um crescimento de vendas de 44% no período. Essa é uma tendência do mercado: nos últimos 10 anos os computadores estáticos vêm sofrendo queda em suas vendas, visto que os fabricantes têm dado prioridade a modelos com maior mobilidade e com preço mais acessível.

Pensando em máquinas acessíveis e de bom custo-benefício, até mesmo publicações não especializadas em tecnologia trazem recomendações de configurações de computadores, voltados para o trabalho remoto, como essa:

Processador
Intel Core i3 ou Intel Core i5, de preferência, de décima geração, ou AMD Ryzen 3 ou AMD Ryzen 5, que têm performance similar.

Memória RAM
mínimo, 8 GB de memória RAM

HD
Destacam-se duas opções: notebook com HD convencional (mais barato, porém, mais lento no acesso aos arquivos) ou laptop com SSD (mas moderno e rápido, porém mais caro)

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